segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Refletir e preparar-se para o ano que está prestes a chegar!


SER PESSOA: PROCESSO DE EVOLUÇÃO 

'O desafio de ser pessoa'. O termo 'pessoa' sempre foi muito usado, principalmente pelos gregos. 'Pessoa', no contexto grego, significa a máscara que o ator usava para interpretar no teatro.

Eu tenho que ser eu. Uma pessoa só pode ser pessoa, se ela é dona de si. Nós temos que tomar posse do que somos. Quantas coisas você possui e ainda não tomou posse? O amor é a capacidade de descobrir no outro o que ele ainda não viu que tem. É como se você tivesse uma grande propriedade e não tivesse a capacidade de andar por ela para demarcá-la, e não a conhece na totalidade. Mas aos poucos vai sendo dono daquilo que já é seu.

Ser pessoa é ser dono de você mesmo, e saber lidar com seu jeito de ser, de amar, de sentir, de pensar, de ter suas limitações e saber o que você pode. Quantas vezes você se dispôs a ser o que não era, dizendo 'sim' onde era para dizer 'não'? Você não teve consciência do que não podia. É o que Jesus sempre fez com as pessoas. Fazendo-as tomarem posse do próprio território, de si mesmas. 'Eu sou dono de mim, e não abro mão'.

Quem é o 'prefeito' de sua 'cidade'? Tenha coragem de dizer aos inimigos: 'Aqui nesta cidade tem prefeito (eu), e aqui não tem lugar para os bandidos. Eu não abro mão do meu território'. E é aqui que Deus trabalha em nós para celebrar a Eucaristia, é para Deus que nos entregamos de novo. Eu sou pessoa, e me recebo de Deus o tempo todo. E Ele diz: "Cuide do que você é. Você não tem o direito de deixar as pessoas lhe roubar". E tem pessoas que te 'devolvem'. A experiência com Deus sempre diz: "Eu lhe devolvo".

Não tenha preguiça de conhecer seu 'território' e saber quem você é realmente. O total desconhecimento de si, não pode acontecer. A pessoa que não é 'pessoa', não tem assunto e sabe tudo o que acontece na vida do outro, mas não sabe de si mesma.

As pessoas que vivem preocupadas com as novelas da vida, se desgastam com pessoas que nem conhecem. Não é fácil compreender o território humano. Se investigar e conhecer o 'porquê' de algumas reações, o 'porquê' aquela raiva foi tão grande naquela hora, o 'porquê' eu explodi com aquela pessoa... É descobrir o 'porque' do afeto que tenho dentro de mim. Você deixa de ser explosiva demais quando toma posse do que é. Tudo isso porque você está em processo de construção. Deveríamos estar com placas dizendo: 'Estamos em obra, cuidado!' É o seu processo de 'feitura' de ser pessoa.

'Não tenha preguiça de conhecer seu ‘território’ e saber quem você é realmente'

Enquanto você viver haverá partes deste 'território' para conhecer. Tantas coisas nos foram entregues, mas se elas não vêm à tona, e nem as investigarmos, tudo o que temos dentro de nós fica sem uso. Quanta coisa preciosa você tem dentro de você e não sabe por quê fica só na superficialidade do conhecimento de si? Quando é que você sabe que uma pessoa se ama? Você só sabe que ela se ama quando ela se cuida, quando tem disciplina.

Que você não morra com seus valores ‘engavetados’, pois Deus lhe dá talentos para que você os use, e não para deixar guardado.

'Eu sou um dom de Deus'. Todos os dias há alguma coisa para você ir atrás e descobrir. Você se recebe de Deus, Ele que me deu esta obra todos os dias. Temos que ser bom naquilo que a gente faz para nos colocarmos à serviço dos que necessitam. Uma pessoa só é pessoa quando se disponibiliza aos outros. Aquilo que recebo de Deus coloco à disposição dos outros. E nisso temos a integração de uma personalidade saudável.

Ser pessoa não é só contemplar o que sou e tenho de melhor, mas ser pessoa é descobrir e cultivar o que tenho de melhor para que outros sejam beneficiados. Como Jesus fazia o tempo todo em sua capacidade de se doar e ensinar, é preciso se doar também. É necessário tomar cuidado para outra pessoa não tomar posse do que você é, pois a partir daí você não terá mais domínio sobre o que é seu. Se não sou capaz de tomar conta de mim, perco meus talentos e não me possuo mais. Quantas vezes você foi machucado nesta vida e pessoas lhe roubaram? Quando não me possuo, tenho dificuldade de ser para o outro, e corro o risco de não ser o que devo ser.

Estabeleça o seu limite. Seja firme!
Padre Fábio de Melo

sábado, 24 de dezembro de 2011

Celebrar o Natal do Senhor.











Celebremos o Natal percebendo-o como um tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus.

No dia 25 de dezembro celebramos a Festa do Natal, que nos recorda o nascimento de Jesus. Os dias que antecedem o 25 de dezembro são dias marcados por manifestações diversas e, através dos cartões, telefonemas, e-mail ou visitas, as pessoas expressam seus votos de Feliz Natal!

Nesses dias, de um lado, somos bombardeados pelas propagandas veiculadas na mídia (Rádio e TV), incitando a população a ir às compras, conseguindo assim criar um espírito consumista, lembrando que para muitos essa é uma época do ano oportuna para negócios. 

O aspecto meramente comercial e econômico prevalece nas lojas de shopping nas grandes cidades e em todas as vitrines, com as mais variadas ofertas e possibilidades de compras. 

E assim algumas pessoas vão celebrando os seus natais, enfatizando os aspectos exteriores e comerciais da festa, aproveitando da data para a exacerbação das vaidades e do esbanjamento.

Porém, há uma outra maneira de se celebrar o Natal, cuja preocupação é a de resgatar seu verdadeiro sentido. Aqui a Igreja exerce papel preponderante, passando pêlos meandros da liturgia.

E inegável que nós cristãos também acabamos entrando um pouco no esquema proposto pela sociedade consumista. O Natal no Brasil pouco difere de outros países: reúne-se a família, trocam-se presentes junto à árvore de natal, arma-se o presépio, acontece o amigo secreto, sentamo-nos ao redor da mesa para a ceia após a missa da noite do dia 24 de dezembro. 

Mas, no Brasil, por conta de tanta miséria, muitos brasileiros não sabem o que é natal, enquanto troca de presentes, comida e bebida.

Faz a diferença quem celebra o Natal colocando o espírito cristão, não se deixando enganar, mas celebrando verdadeiramente o Natal com a certeza de que no coração do Natal está Jesus. Celebremos o Natal, recordando o nascimento de Jesus, e "Jesus não é uma tradição anual, não é um mito, não é uma fábula. Jesus é parte verdadeira da nossa história humana. 

O sentido teológico da vinda de Cristo não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do natal, mas a redimensiona e a coloca em seu justo contexto:Jesus que nasce é a Palavra de Deus que se faz carne"(cf. Missal Dominical, pág. 80). 

Celebremos o Natal percebendo-o como um tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus; como tempo de reconciliação, quando devemos afastar de nós o ódio, o rancor, o ressentimento e a inveja; tempo de recuperar os princípios da vida cristã, refletindo o verdadeiro significado do natal, sempre muito evocado, porém pouco meditado; tempo de compreender que Deus armou sua tenda entre nós; o céu desceu à terra. Por amor do Pai fomos contemplados com o maior presente: Jesus na gruta de Belém.

Natal é tempo de chegar até os irmãos e irmãs, amigos e amigas, para simplesmente dizer-lhes, tendo Cristo no coração: Feliz Natal! 

Pe. Ademir Gonçalves, C.Ss.R.
Fonte: Revista de Aparecida

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Palavra da Igreja do Brasil


Mensagem de Natal 2011


Dom Antônio Fernando Saburido, OSB

Arcebispo de Olinda e Recife - PE

“Quando a noite ia no meio do seu curso e um silêncio profundo envolvia o universo, a tua palavra todo-poderosa desceu do seu trono real para a terra” (Antiga antífona de intróito do domingo dentro da oitava do Natal baseada no livro da Sabedoria 18, 14- 15).
Queridos irmãos e irmãs,
O Natal é a festa da Palavra. Nós, cristãos, acreditamos que uma Palavra revelou: o mundo está ‘grávido’ de Deus. O nascimento de Jesus é a manifestação desse mistério da presença divina na história. Atualmente, nossa sociedade está inflacionada por muitas palavras e imagens. Tende a tornar a comunicação uma mera publicidade comercial. Por isso, mais do que nunca, nós que cremos que a Palavra Divina se fez carne somos chamados/as a testemunhar a importância e a centralidade desta Palavra em nossas vidas e na nossa fé.
O mundo atual se debate em uma grave crise econômica, ética e cultural. Em vários países, setores da juventude têm ido às ruas e praças para pedir outra forma de organizar o mundo que não seja a partir do mercado e do lucro privado de minorias, ao custo do desemprego e do sofrimento de multidões. É uma situação de escuro, na qual não se vislumbra um futuro promissor. Como na noite do Êxodo bíblico da qual fala o livro da Sabedoria e a noite na qual nasceu Jesus em Belém, a Palavra de Deus pode ser luz e servir de orientação para que o mundo resolva seus conflitos no diálogo e no respeito ao direito de todos.
Hoje, o Natal vai além da sua importante dimensão religiosa. Serve também de ocasião para que as pessoas se confraternizem e expressem umas às outras o seu bem-querer. Isso é bom e humano. Mesmo como festejo popular e simplesmente civil, o Natal pode ser uma feliz ocasião de vivermos um encontro com as outras pessoas e isso está dentro do espírito da celebração. Afinal, damos presentes uns aos outros porque recebemos de Deus o primeiro e maior presente. Podemos viver essa troca de presentes e de cartões desejando feliz Natal sem ceder ao comercialismo que tenta fazer da festa mera ocasião de mais lucro e consumismo. O Natal pode ser uma excelente contribuição do cristianismo para toda a humanidade, se esta festa puder ser ocasião para se celebrar o diálogo e a amizade humana, sinais privilegiados de que, em cada pessoa humana, há uma dimensão divina.
Celebramos este Natal de 2011, às vésperas do início das comemorações do 50º aniversário do Concílio Vaticano II que trouxe à Igreja e ao mundo, como disse o papa João XXIII, um novo Pentecostes. Neste cinquentenário do Concílio, a nossa arquidiocese está vivendo um momento novo e fecundo. Os seis Vicariatos e as doze Comissões Arquidiocesanas de Pastoral estão elaborando para nossa Igreja particular um novo Plano de Pastoral que aplicará à nossa região as diretrizes pastorais da CNBB (DGAE) e nos ajudará a sermos cada vez mais uma Igreja discípula de Jesus e missionária, no testemunho do reino de Deus no mundo. O objetivo desse plano é assegurar que nossa palavra seja expressão da Palavra Divina que nos foi dada no Natal. O Plano de Pastoral deve fazer com que a nossa palavra seja, como diz o Evangelho, acompanhada pelos sinais concretos que realizamos (Cf. Mc 16, 20).
A encarnação de Jesus em nosso mundo aparecerá hoje se nos tornarmos, cada vez mais humanos e capazes de dialogar e de viver em comunhão. O mundo reconhecerá essa presença de Jesus no meio de nós se nossas vidas se tornarem sempre mais a serviço da humanidade. Assim, testemunharemos que, dentro de nós mesmos e nesse mundo que jaz na escuridão, há um presépio, no qual descansa não mais o menino Jesus e sim o Cristo ressuscitado, na forma dos rostos concretos das pessoas com as quais convivemos e que encontramos no hoje de nossas vidas.
Que a luz do amor divino rompa todas as escuridões, de nossos corações e das estruturas do mundo. Com este desejo imenso de viver o idioma do diálogo como cântico universal do Natal, saúdo de coração a todos os fiéis da nossa arquidiocese, a todos os irmãos e irmãs de outras Igrejas cristãs que, conosco celebram que o Verbo Divino se fez carne e a todas as pessoas de boa vontade.
A todos/as, desejo um Feliz Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O primeiro presépio foi de São Francisco de Assis


 O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A idéia surgiu enquanto o santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em tamanho natural, em uma gruta de sua cidade. O que restou desse presépio encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. 


Presépio significa em hebraico "a manjedoura dos animais", mas a palavra é usada com freqüência para indicar o próprio estábulo. Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio que provavelmente seria urna manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas naturais da Palestina, utilizadas para recolher animais. Outra versão é que o presépio de Jesus era feito de barro, aproveitando-se uma saliência da rocha e adaptando-a para tal finalidade. Esta é, sem dúvida, a versão mais aceita.

O presépio de São Francisco incluía uma manjedoura, acima da qual foi improvisado um altar. Nesse cenário ocorreu a missa da meia-noite, na qual o próprio santo com a vestimenta de diácono cantou o Evangelho juntamente com o povo simples e pronunciou um sermão sobre o nascimento do Menino Jesus.

Conta-se que naquela noite especial, enquanto o santo proferia as palavras do Evangelho sobre o nascimento do Menino Jesus, todos os presentes puderam ver uma criança em seu colo, envolvida em um raio de luz. A cena foi narrada em 1229 por Tommaso da Celano, biógrafo de São Francisco de Assis. Desde então, os presépios foram se tornando cada vez mais populares e, além das figuras tradicionais do Menino Jesus deitado na manjedoura, Maria e José, acabaram incluindo uma enorme variedade de personagens como os pastores, os Reis Magos, a estrela e os animais.

No Brasil, em muitos estados do Nordeste, até hoje a montagem dos presépios é acompanhada de danças e festejos conhecidos como Pastorinhas, versões brasileiras dos autos de Natal, que eram encenações do nascimento de Jesus típicas de algumas regiões da Europa, como a Provença, na França.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Espiritualidade do Advento


Espiritualidade do Advento
 Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão : a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica.

1) A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação e o Deus da promessa, , que manifestou em Cristo toda sua fidelidade ao homem.Em toda a liturgia do Advento ressoam as promessas de Deus, principalmente pela voz de Isaías, que reaviva a esperança de Israel.

A esperança da Igreja, portanto a nossa esperança, é a mesma de Israel , mas já realizada em Cristo. O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no comprimento final, a vinda gloriosa do Senhor: “Maranatha: vem ,Senhor Jesus”. É o grito e o suspiro de toda Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor.

A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia não só relembra , mas quer que seja vivida por cada um de nós.

2) No Advento, toda a Igreja vive sua grande esperança. O Deus da revelação de Jesus tem um nome: “Deus da esperança” (Rm 15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas um nome que o identifica como “Deus para nós e conosco”. Este tempo deve ser para nós, e todos precisamos,um tempo de grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do reino; uma esperança que confia no Senhor e nos liberta das nossas muitas impaciências.

Esse empenho da Igreja torna-se mais forte e urgente diante das grandes áreas vazias de esperança, que se registram no mundo contemporâneo, inclusive no nosso Brasil. A geografia do desespero é maior e mais terrível do que a geografia da fome e é expressão aterradora do avanço de anti-humanismos destruidores, como a droga e a violência.

3) Advento, tempo de conversão. Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo o coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão, e portanto,desapego dos prazeres e bens terrenos (cf. Lc 21,34 ss).

Os comportamentos fundamentais do cristão exigidos pelo espírito do Advento, estão intimamente unidos entre si, de modo que não é possível viver a expectativa, a esperança e a alegria pela vinda do Senhor, sem uma profunda conversão. Por outro lado,como as tentações da vida presente antecipam a tribulação escatológica, a vigilância cristã exige um treinamento diário na luta contra o maligno; exige sobriedade e oração contínua: “sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1 Pd 5,8-9).

4) Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não tanto o pobre em sentido econômico, mas o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apóia-se totalmente nele. Estes anawîm, como os chama a bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé.

Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros do Reino,e ele mesmo será um pobre. Maria, a mulher do advento, emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam nele e estão disponíveis à atuação do plano de Deus. Não nos esqueçamos que a pobreza do coração, essencial para entrar no Reino, não exclui, mas exige a pobreza efetiva, a renúncia em colocar a própria confiança nos bens terrenos.

Vivendo assim este ” tempo de graça” que a Igreja nos oferece, o Natal do Senhor de 2012 terá um novo sentido em nossa vida espiritual.

                                                                                                                                                        Padre Gian Luigi Morgano

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pe. Zé Linhares garante recursos para a tão sonhada reforma da Catedral de Sobral

O trabalho focado do deputado federal Pe. José Linhares garantiu o empenho de sua emenda individual que assegurará a reforma da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Catedral da Sé), em Sobral.
O recurso, da ordem de R$1.267.500,00 está assegurado pela nota de empenho nº2011NE800924, e garantirá a tão esperada restauração deste monumento histórico, cultural e religioso que há muitos anos vinha sofrendo com as deteriorações causadas pela ação do tempo.
Fonte:Sobral em Revista

Para refletir nesse Natal!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Preparar-se para o Natal do Senhor


Acolher o Filho de Deus


                                                                                                                                                 Dom Paulo Mendes Peixoto

Bispo de São José do Rio Preto - SP

O Natal está chegando e já visualizamos toda sua realidade, todo o seu envolvimento, supondo, de nossa parte, uma atitude de acolhida ao Menino que está para nascer. O Filho de Deus deve ser o presente de maior significado para todas as pessoas.
O Anjo Gabriel encontra, em uma jovem de Nazaré da Galileia, chamada Maria, um coração acolhedor e um ambiente necessário onde o Filho de Deus deveria ser gerado. Deus nasce no meio do povo, no ambiente simples, humilde e acolhedor.
Desejar Feliz Natal deve significar acolher, na vida, a presença de Jesus Cristo, a Palavra de Deus que se fez homem. Isto cria fraternidade e relacionamento, porque Cristo é o caminho que ocasiona atitude de convivência e vida comunitária.
Jesus nasce com o título de Rei, mas com o objetivo de trazer a justiça e a paz. Não foi rei de privilégios, de discriminação, mas de serviço e amor ao irmão. Ele quis caminhar com seu povo para protegê-lo e libertar. Nossas autoridades deveriam ser assim.
A perenidade do Reino de Deus não passa por privilégios, por expectativas dos dominadores, por aquilo que enganam o povo, mas pela coerência, humildade e convivência com a comunidade. Com isto Deus inaugura uma vida de humanidade.
O programa de Jesus está contido em seu nome, que significa “Deus salva”. Ele deve ser acolhido no Natal como caminho de esperança e de segurança histórica. Não significa ser passivo e intimista, mas de renovação concreta.
O nascimento de Jesus é cumprimento da promessa anunciada pelos profetas e a revelação dos mistérios de Deus. Ele abre seu coração para todos os povos numa atitude de amor e salvação. Entendemos o Natal de Jesus como dom de Deus para trazer vida.
Acolher Jesus num clima natalino é reconhecer a sabedoria divina e ter uma ação centralizada na “obediência da fé”. Ele foi concebido e gerado por obra do Espírito Santo de Deus, o que não é diferente quando O acolhemos na vida. Feliz e santo Natal para todos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Católicos de Sobral, celebram com alegria, o primeiro ano de Sagração Episcopal de seu Bispo, Dom Odelir José Magri.

                     A Igreja vive a terceira semana do Advento e celebra hoje, a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina. A Igreja particular de Sobral, celebra nesta data,  o primeiro aniversário de Sagração Episcopal e início do ministério pastoral de seu Bispo, Dom Odelir José Magri, MCCJ. O Instituto de Leigos Missionários da Santa Cruz e do Amor Misericordioso do Coração Eucarístico de Jesus - ILMAM, eleva ao Céu sua oração de louvor, por "esse dom" que o Pai nos concedeu. Parabéns, Dom Odelir. Seu carisma e espírito verdadeiramente missionário, vem conquistando o povo desta Diocese. Parabéns, Sobral! Eleva a tua oração de Ação de Graças ao Pai, que te concedeu "um Pastor segundo seu Coração . . . "


domingo, 11 de dezembro de 2011

Advento: significado e origem



Pe. Mauro Sérgio da Silva Izabel, EP
CristopantocratorpinacotecavaticanajuizofinalReceber uma visita é uma arte que uma dona de casa exercita com freqüência. E quando o visitante é ilustre, os preparativos são mais exigentes. Imagine o leitor que numa Missa de domingo seu pároco anunciasse a visita pastoral do bispo diocesano, acrescida de uma particularidade: um dos paroquianos seria escolhido à sorte para receber o prelado em sua casa, para almoçar, após a Missa.
Certamente, durante alguns dias, tudo no lar da família eleita se voltaria para a preparação de tão honrosa visita. A seleção do menu, para o almoço, o que melhorar na decoração do lar, que roupas usar nessa ocasião única. Na véspera, uma arrumação geral na casa seria de praxe, de modo a ficar tudo eximiamente ordenado, na expectativa do grande dia.
Essa preparação que normalmente se faz, na vida social, para receber um visitante de importância, também é conveniente fazer-se no campo sobrenatural. É o que ocorre, no ciclo litúrgico, em relação às grandes festividades, como por exemplo o Natal. A Santa Igreja, em sua sabedoria multissecular, instituiu um período de preparação, com a finalidade de compenetrar todas as almas cristãs da importância desse acontecimento e proporcionar-lhes os meios de se purificarem para celebrar essa solenidade dignamente.
Esse período é chamado de Advento.
Significado do termo
Advento — adventus, em latim — significa vinda, chegada. É uma palavra de origem profana que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores. Acreditava-se que o deus cuja estátua era ali cultuada permanecia em meio a eles durante a solenidade. Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, umas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de adventus divi o dia da chegada do Imperador Constantino. Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.
Surgimento do Advento cristão
Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a “Quaresma de São Martinho”, que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
São Gregório Magno (590-604) foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos. Daí o fato de tantos mosaicos representarem vazio o trono do Cristo Pantocrator. O velho vocábulo pagão adventus se entende também no sentido bíblico e escatológico de “parusia”.
O Advento nas Igrejas do Oriente
01AdventusaugustiimperadoradrianoromaNos diversos ritos orientais, o ciclo de preparação para o grande dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo formou-se com uma característica acentuadamente ascética, sem abranger toda a amplitude de espera messiânica que caracteriza o Advento na liturgia romana.
Na liturgia bizantina destaca-se, no domingo anterior ao Natal, a comemoração de todos os patriarcas, desde Adão até José, esposo da Santíssima Virgem Maria. No rito siríaco, as semanas que precedem o Natal chamam-se “semanas das anunciações”. Elas evocam o anúncio feito a Zacarias, a Anunciação do Anjo a Maria, seguida da Visitação, o nascimento de João Batista e o anúncio a José.
O Advento na Igreja Latina
É na liturgia romana que o Advento toma o seu sentido mais amplo.
Muito diferente do menino pobre e indefeso da gruta de Belém, nos aparece Cristo, no primeiro domingo, cheio de glória e esplendor, poder e majestade, rodeado de seus Anjos, para julgar os vivos e os mortos e proclamar o seu Reino eterno, após os acontecimentos que antecederão esse triunfo: “Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre as nações aterradas com o bramido e a agitação do mar” (Lc 21, 25).
“Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 36). É a recomendação do Salvador.
Como ficar de pé diante do Filho do Homem? A nós cabe corar de vergonha, como diz a Escritura. A Igreja assim nos convida à penitência e à conversão e nos coloca, no segundo domingo, diante da grandiosa figura de São João Batista, cuja mensagem ajuda a ressaltar o caráter penitencial do Advento.
Com a alegria de quem se sente perdoado, o terceiro domingo se inicia com a seguinte proclamação: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto”. É o domingo Gaudete. Estando já próxima a chegada do Homem-Deus, a Igreja pede que “a bondade do Senhor seja conhecida de todos os homens”. Os paramentos são cor-de-rosa.
No quarto domingo, Maria, a estrela da manhã, anuncia a chegada do verdadeiro Sol de Justiça, para iluminar todos os homens. Quem, melhor do que Ela, para nos conduzir a Jesus? A Santíssima Virgem, nossa doce advogada, reconcilia os pecadores com Deus, ameniza nossas dores e santifica nossas alegrias. É Maria a mais sublime preparação para o Natal.
Com esse tempo de preparação, quer a Igreja ensinar-nos que a vida neste vale de lágrimas é um imenso advento e, se vivermos bem, isto é, de acordo com a Lei de Deus, Jesus Cristo será nossa recompensa e nos reservará no Céu um belo lugar, como está escrito: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (1Cor 2, 9).

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PARÓQUIA DA SÉ, SOBRAL-CE

A antiga Matriz construída provavelmente em meados de 1700, pelo cura Antonio de Carvalho e Albuquerque foi demolida pelo Padre João Ribeiro Pessoa devido as péssimas condições em 1777. Mais tarde, quando Sobral já se eleva a Vila, foi autorizada pelo Visitador Manuel Antonio da Rocha a construção de uma nova igreja, sendo lançado a pedra fundamental da atual matriz a 02 de novembro de 1778. O seu frontispício é um dos mais bonitos do Ceará. Notável pórtico com arco de pedraria lavrada em liós, importada de Portugal.
http://www.sobral.ce.gov.br/comunicacao/novo2/index.php?pagina=cidade/pontos-turisticos.php

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SALVE A IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS E NOSSA MÃE!

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vós chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.
SOBRAL E MAIS 35 MUNICÍPIOS DO CEARÁ FESTEJAM NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Sobral que tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição festeja nesta quinta (08) o último dia dos festejos da cidade. Hoje (08) haverá missas às 9h e 16 horas e, em seguida, procissão pelas ruas do centro da cidade. 35 municípios do Ceará: Nossa Senhora da Conceição é festejada, no Ceará, em Acaraú, Amontada, Aracoiaba, Bela Cruz, Cascavel, Deputado Irapuan Pinheiro, Farias Brito, Granjeiro, Guaramiranga, Hidrolândia, Iracema, Ipaumirim, Ipueiras, Itapiúna, Almofala (Itarema), Jaguaretama, Limoeiro do Norte, Madalena, Martinópole, Mauriti, Meruoca, Milhã, Moraújo, Pacajus, Pacatuba, Pacoti, Palhano, Pentecoste, Pindoretama, Porteiras, Potiretama, Quixeré, Redenção, Sobral, Tururu, Quiterianópoles.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/ceara/2010/12/02/noticiacearajornal,2072429/interior-festeja-nossa-senhora.shtml
Moysés Azevedo nomeado Consultor do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização. Rádio Vaticano O Papa nomeou esta manhã como Consultor do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização Moysés Louro de Azevedo Filho, fundador e moderador da Comunidade Católica Shalom, Associação Internacional de Fiéis. Moysés é um consagrado celibatário que há mais de 25 anos empreendeu a fundação da Comunidade Shalom, hoje presente em mais de cinquenta dioceses no Brasil e no mundo. Desde 2007 é Consultor do Pontifício Conselho para os Leigos, Dicastério da Santa Sé responsável pelo acompanhamento e o engajamento dos leigos na Igreja. Em 2005, participou como auditor, a convite de Bento XVI, do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, e em 2007, da V Conferência Episcopal da América Latina em Aparecida, representando os movimentos eclesiais. Em 2008 foi mais uma vez nomeado pelo Papa Bento XVI para participar do Sínodo da Palavra de Deus, em Roma. Nascido em 04 de novembro de 1959, em Fortaleza, Ceará, Moysés Louro de Azevedo Filho cresceu em ambiente católico, e desde a adolescência teve engajamento nos grupos de jovens católicos. (CM)
http://laravazz.wordpress.com/2011/12/07/moyses-e-nomeado-consultor-do-pontificio-conselho-para-a-nova-evangelizacao/

sábado, 3 de dezembro de 2011

IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA Fontes bíblicas Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis 3:15, onde Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti" (na Vulgata: "Tota pulchra es, amica mea, et macula non est in te"[]), no Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição, outros versos incluem: "Também farão uma arca de madeira incorruptível; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura." (Êxodo 25:10-11) "Pode o puro [Jesus] Vir dum ser impuro? Jamais!"(Jó 14:4) "Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras; e subi ao monte com as duas tábuas na minha mão." (Deuteronômio 10:3) Outras traduções para a palavras incorruptível ("Setim" em hebraico) incluem "acácia", "indestrutível" e "duro" para descrever a madeira utilizada. Moisés usou essa madeira porque era considerada muito durável e "incorruptível". Maria é considerada a Arca da Nova da Aliança (Apocalipse 11:19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente "incorruptível" ou "imaculada". História Desde o cristianismo primitivo diversos Padres da Igreja defenderam a Imaculada Conceição da Virgem Maria, tanto no Oriente como no Ocidente. No século IV, Efrém da Síria (306-373), diácono,teólogo e compositor de hinos, propunha que só Jesus Cristo e Maria são limpos e puros de toda a mancha do pecado. Já no século VIII se celebrava a festa litúrgica da Conceição de Maria aos 8 de dezembro ou nove meses antes da festa de sua natividade, comemorada no dia 8 de setembro. No século X a Grã-Bretanha celebrava a Imaculada Conceição de Maria. A festa da Imaculada Conceição de 8 de dezembro, foi definida em 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja de Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do século XIX como um dogma. Na Itália do século XV o franciscano Bernardino de Bustis escreveu o Ofício da Imaculada Conceição, com aprovação oficial do texto pelo Papa Inocêncio XI em 1678. Foi enriquecido pelo Papa Pio IX em 31 de março de 1876, após a definição do dogma com 300 dias de indulgência cada vez que recitado. Visão de São Tomás de Aquino Alguns teólogos e Doutores da Igreja, como Santo Anselmo, São Bernardo e São Boaventura, chegaram a negar a Imaculada Conceição, mas isso deve ser entendido de acordo com o desenvolvimento da doutrina, que não permitiu a eles ver de forma clara de que forma essa doutrina mariana se encontrava implícita na Revelação divina (Bíblia + Tradição). Sobre São Tomás de Aquino, criou-se um consenso de que ele teria, durante toda a sua vida, negado e repudiado completamente o dogma da Imaculada Conceição. Tal consenso é falso, porque, inicialmente, este doutor da Igreja declarou abertamente que a Virgem foi pela graça imunizada contra o pecado original, defendendo claramente o dogma do privilégio mariano, que seria declarado e definido séculos mais tarde. No livro primeiro dos comentários dos livros das Sentenças (Sent.), escrito provavelmente em 1252 e quando São Tomás contava apenas 27 anos de idade, ainda no início de sua atividade acadêmica em Paris, ele escreveu o seguinte:[6] "Ao terceiro, respondo dizendo que se consegue a pureza pelo afastamento do contrário: por isso, pode haver alguma criatura que, entre as realidades criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver nela nenhum contágio do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi imune do pecado original e do atual." (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3) Depois, Santo Tomás adotou uma postura confusa sobre o dogma da Imaculada Conceição, presente em trechos do Compêndio de Teologia e da Suma Teológica. Como por exemplo, pode-se encontrar esta postura na segunda parte do Compêndio de Teologia (CTh.), que pertence a um período anterior ao da elaboração da III da Suma Teológica, escrito quando Tomás já contava com cerca de 42 anos de idade, sendo provavelmente do ano de 1267:[6] "Como se verificou anteriormente, a Beata Virgem Maria tornou-se Mãe de Deus concebendo do Espírito Santo. Para corresponder à dignidade de um Filho tão excelso, convinha que ela também fosse purificada de modo extremo. Por isso, deve-se crer que ela foi imune de toda nódoa de pecado atual, não somente de pecado mortal, bem como de venial, graça jamais concedida a nenhum outro santo abaixo de Cristo... Ela não foi imune apenas de pecado atual, como também, por privilégio especial, foi purificada do pecado original. Convinha, contudo, ser ela concebida com pecado original, porque foi concebida de união de dois sexos." (CTh. c. 224) Mas, no final da sua vida, São Tomás retornou à sua tese original favorável ao dogma mariano. A sua defesa encontra-se no texto Expositio super Salutatione angelicae, sermão de um período em que ele já contava 48 anos de idade, provavelmente do ano de 1273: “Ipsa enim purissima fuit et quantum ad culpam, quia ipsa virgo nec originale, nec mortale nec veniale peccatum incurrit”. [“Ela é, pois, puríssima também quanto à culpa, pois nunca incorreu em nenhum pecado, nem original, nem mortal ou venial”] Este retorno à tese original encontra-se também em várias obras da época final de São Tomás, como por exemplo na Postiila Super Psalmos de 1273, onde se lê no comentário do Salmo 16, 2: “Em Cristo a Bem-Aventurada Virgem Maria não incorreu absolutamente em nenhuma mancha” ou no Salmo 18, 6: “Que não teve nenhuma obscuridade de pecado” Definição dogmática Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Assim o Papa se expressou: Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis. Lourdes Em 1858 Bernadete Soubirous, afirmou ter visto uma aparição que se autodenominou de "Imaculada Conceição" na localidade de Lourdes, diocese de Tarbes na França. O caso foi submetido às autoridades civis locais e eclesiásticas, após o que o bispo de Tarbes deu por confirmadas as aparições como sendo da Virgem Maria. As autoridades civis francesas se viram impotentes para impedir a devoção de milhares de peregrinos na época, atualmente Lourdes se transformou num lugar de peregrinação internacional de milhões de católicos devotos da Virgem Maria. No dia 8 de dezembro de 2007 o papa Bento XVI, após a recitação do Angelus, comentou que nesta festa solene se recorda que "o mistério da graça de Deus envolveu desde o primeiro instante de sua existência à criatura destinada a converter-se na Mãe do Redentor, preservando-a do contágio com o pecado original. Ao contemplá-la, reconhecemos a altura e a beleza do projeto de Deus para cada ser humano: chegar a ser santos e imaculados no amor (Efésios 1, 4), a imagem de nosso Criador." Nossa Senhora da Conceição versus Imaculada Conceição de Maria O dia 8 de dezembro é marcado por duas celebrações cristãs de significados distintos (quase antagónicos), que se confundem devido à semelhança das suas designações. A evocação popular, tradicional, celebra a Nossa Senhora da Conceição (ou Concepção), isto é, celebra o arquétipo da Maternidade. Conhecem-se desde o século VII, nomeadamente na Península Ibérica, festas com esta evocação; até há poucos anos era nesta data, e não no primeiro domingo de Maio, que se celebrava o Dia da Mãe. O conceito teológico oficial é o do dogma da Imaculada Conceição de Maria, definido pelo papa Pio IX em 1854, e nada tem a ver com o conceito popular: afirma que Maria, mãe de Jesus, teria também sido gerada sem cópula carnal de seus pais (Ana e Joaquim); celebra, por isso, a castidade. Esta ideia começou a surgir no século XII, tendo causado intensa polémica e sido rejeitada por importantes teólogos, incluindo São Bernardo e São Tomás de Aquino, e condenada pelo papa Bento XIV em 1677, até ter sido aceite como dogma em 1854 A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI, que alegadamente sintetizaria um culto que em Portugal existiu muito antes de ser dogma, pelo menos na sua designação remete para o conceito popular, não para o conceito teológico afirmado pelo dogma. De igual forma, as freguesias portuguesas anteriormente listadas adotaram a designação "Nossa Senhora da Conceição" ou "Conceição", mas não "Imaculada Conceição". Em 8 de dezembro de 1904, em Lisboa solenemente lançou-se a primeira pedra para um monumento comemorativo do cinquentenário da definição do dogma. Ao ato, a que assistiram as pessoas reais, patriarca e autoridades, estiveram também representadas muitas irmandades de Nossa Senhora da Conceição, de Lisboa e do país, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos, que foi instituída em 1589. No Brasil é tradição montar a árvore de Natal e enfeitar a casa no dia 8 de dezembro, dia de N.Sra. da Conceição.