terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Aproxima-se a Quaresma, e com ela, a CAMPANHA DA FRATERNIDADE


Apresentação da CF 2012

“Converte-te e crê no Evangelho”!

Ao recebermos a imposição das cinzas, no início da quaresma, 
somos convidados a viver o Evangelho, viver da Boa Nova.
A Boa Nova que recebemos é Jesus Cristo. Ele abriu um novo 
horizonte para todas as pessoas que nele creem.
Crer no Evangelho é crer em Jesus Cristo que na doação amorosa da cruz deu-nos vida nova e concedeu-nos a graça de sermos filhos 
do Pai. Com sua morte transformou todas as realidades, criando um 
novo céu e uma nova terra. 
A quaresma é o caminho que nos leva ao encontro do Crucificado-ressuscitado. Caminho, porque processo existencial, mudança de 
vida, transformação da pessoa que recebeu a graça de ser discípulomissionário. A oração, o jejum e a esmola indicam o processo de 
abertura necessária para sermos tocados pela grandeza da vida nova 
que nasce da cruz e da ressurreição.
Assim, atingidos por Ele e transformados n’Ele, percebemos que 
todas as realidades devem ser transformadas, para que todas as pessoas possam ter a vida plena do Reino.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove 
a Campanha da Fraternidade, desde o ano de 1964, como itinerário 
evangelizador para viver intensamente o tempo da quaresma.
A Igreja propõe como tema da Campanha deste ano: “A fraternidade e a Saúde Pública”, e com o lema: Que a saúde se difunda sobre a 
terra (cf. Eclo 38,8). Deseja assim, sensibilizar a todos sobre a dura 
realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saú-
de Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma 
realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede 
que as estruturas de morte sejam transformadas.
CF2012_Texto_base_FINAL3.indd   9 04.07.11   01:25:4310
A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde Pública e levar os discípulos-missioná-
rios a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na morte. 
E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento 
digno em relação à saúde. Que ela se difunda sobre a terra, pois a salva-
ção já nos foi alcançada pelo Crucificado.
À nossas Comunidades, grupos e famílias, uma abençoada caminhada quaresmal e celebremos a Jesus Cristo que fez novas todas 
as coisas.

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Prelado de São Felix - MT
Secretário Geral da CNBB

Pe. Luiz Carlos Dias
Secretário Executivo da 
Campanha da Fraternidade

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Jesus ensina com autoridade!



Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
No Evangelho deste domingo, Jesus é descrito por Marcos com dois discursos incisivos: Jesus é o "mestre" que ensina; Jesus é o "libertador" que cura, porque a sua palavra é eficaz.
Jesus ensina com autoridade e ordena com eficácia, e lê, proclama e age, diz e faz, prega e cura. O profeta é aquele que fala "em nome de Deus." Jesus é o verdadeiro grande profeta. Ele ensina com autoridade, por meio de palavras e obras.
No sábado, entra e fala na sinagoga de Cafarnaum. Estão presentes muitas pessoas. Sua palavra provoca uma escuta excepcional. Todos estão de ouvidos bem abertos. Ele fala com autoridade. A sua é uma palavra que gera admiração, porque é novidade absoluta.
Lendo os Evangelhos, vemos que este é o seu estilo constante. Podemos realmente chamá-Lo de “o homem que encanta”. O "maligno" não é tomado de surpresa, mas pela raiva e pelo  ódio. Ele sabe que aquele homem de Nazaré veio para libertar a todos do seu domínio. Chegou a hora de prestar contas com "o Cristo de Deus".
Impõe até mesmo: "manter calado e sair". Esta página  do Evangelho nos põe de costas contra a parede e nos convida a fazer escolhas específicas, que têm o sabor de uma liberdade interior redescoberta, correndo o risco de parecer de outro mundo. Na verdade, nós, cristãos, estamos "no mundo, mas não somos do mundo". Diante de Jesus que ensina, qual é a nossa atitude? Diante de Jesus na sua luta contra o mal, quais os comportamentos que nos são exigidos? "O que tens a ver conosco, Jesus de Nazaré? Viestes para nos destruir?" A palavra de Deus sacode e corta a nossa “tranquilidade” e a "tranquilidade” daqueles que pregam e daqueles que a escutam.
Jesus veio para acender uma esperança no coração de cada homem e de cada mulher. E todos percebem imediatamente que a sua palavra não é aquela dos escribas.  A sua palavra nasce de sua comunhão com o Pai. Esta é a fonte de sua "autoridade". Um anúncio, no entanto, tão reconfortante não é suficiente. Uma boa notícia pode aquecer o coração, pode dar confiança para aqueles que já se resignaram. Mas vem o momento em que você precisa ver sinais concretos daquela mudança que foi anunciada. É exatamente o que Jesus faz "em dia de sábado na sinagoga de Cafarnaum”.
Marcos, no seu texto, é bastante sóbrio nos detalhes: apresenta-nos um homem, "possuído por um espírito imundo", que está ali, na Sinagoga. Ele coloca diante de nossos olhos a ação de Jesus que livra a pessoa do seu sofrimento, da sua dilaceração, de sua escravidão.
E considerando todas as coisas, percebe-se que a descrição daquele homem e da sua doença é genérica. É bom para que todos nós possamos ver Jesus em um gesto que é confiado propriamente a Ele. O gesto de libertação é uma ordem para que o espírito do mal saia daquela criatura; é uma palavra forte que se propõe a trazer libertação e esperança a uma vida ofuscada pela presença mortificante do mal. E naquele mal nos é permitido reconhecer todos os males de que sofrem nossos irmãos, todas as situações de negligência, de abandono, de sofrimento, de tormento, de desânimo.
Em Jesus nos é dado um sinal claro, sem qualquer ambiguidade: Deus não hesita em travar uma luta contra o que nos mantém na escravidão. Deus compromete-se até o fim para nossa felicidade. Por isso é que seu Filho se tornou homem. Por isso não hesitará em lutar contra o mal e contra todo o ódio e brutalidade, contra qualquer mentira. Até ser condenado à morte de cruz. Até derramar o seu sangue. História de um amor que se manifesta com gestos precisos, exigentes, audaciosos. A história de um amor que nos liberta e que nos impele a fazer os mesmos gestos, fazer as mesmas escolhas
.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

LITURGIA: A ESPIRITUALIDADE DO TEMPO COMUM




O Tempo Comum engloba trinta e três ou trinta e quatro semanas, que durante o curso do ano litúrgico, não se celebram aspectos particulares do Mistério de Cristo. É neste tempo que veneramos o Mistério de Cristo em sua globalidade, especialmente nos domingos. O Tempo Comum é estruturado em duas partes: a primeira parte se inicia na segunda-feira que segue a festa do Batismo do Senhor até a terça-feira antes da Quaresma; a segunda parte se inicia na segunda-feira depois de Pentecostes até as I Vésperas do 1º domingo do Advento. O Tempo Comum pode ser chamado ainda de Tempo Ordinário ou Tempo durante o ano.
alt

No decorrer das celebrações do Tempo Comum é assimilado pelos cristãos o mistério pascal de Cristo, de modo progressivo e profundo. A Liturgia da Palavra se caracteriza pela leitura semicontínua da Sagrada Escritura, que busca englobar a maior parte dos textos bíblicos para meditação. Esta leitura semicontínua, principalmente dos evangelhos sinóticos, permite, por meio da homilia, uma profunda educação na fé, fundada na teologia das atividades históricas de Jesus, tal qual é apresentada em cada evangelho. É preciso dar este foco ao Tempo Comum para que cada cristão perceba que de domingo a domingo, ou na continuidade das leituras nos dias de semana, há uma continuidade da narrativa do evangelho, abordando a mensagem de cada evangelista ao apresentar o Mistério de Cristo. No domingo, percebe-se ainda uma conexão entre a primeira leitura do Antigo Testamento com a perícope do Evangelho, juntamente com o salmo. A segunda leitura, do Novo Testamento, demonstra a prática dos valores do Evangelho nas primeiras comunidades cristãs e a superação de seus conflitos iluminados por Cristo.
A leitura semicontínua da Palavra de Deus aos domingos é estruturada como Ano A, B e C, refletindo a cada ano um evangelho sinótico e um itinerário espiritual: Ano A – Mateus e as diversas experiências como Igreja; Ano B – Marcos e a experiência catecumenal da conversão; Ano C – Lucas e a compreensão do mistério do Reino em sua relação com a história humana. Durante a semana, os evangelhos sinóticos são lidos todos os anos; muda apenas a primeira leitura, intercalando Ano ímpar e Ano par.
Ao longo do Ano litúrgico, a Comunidade reunida em torno de Cristo aprofunda o mistério pascal e destaca as exigências morais da vida cristã. A liturgia torna-se culto santificante, contendo instrução ao povo de Deus, para qual se sublinha a leitura da Bíblia. Neste tempo que tanto os documentos da Igreja destacam a importância da Palavra de Deus, na liturgia encontramos o itinerário adequado para celebrarmos a Palavra de Deus na Eucaristia e depois fazer com as mesmas leituras uma leitura orante da Bíblia.

Pe. Anderson Messina Perin

domingo, 22 de janeiro de 2012

IMENSA GRATIDÃO!



Cônego Gonçalo de Pinho Gomes é filho de Raimundo Gomes Elesbão e Maria Rodrigues de Pinho. Nasceu em Poranga (CE), aos 28 de março de 1936, quando jovem veio estudar no Seminário São José desta cidade – Sobral, tendo-se destacado no curso de 1952 a 1957.
Promovido ao curso superior do Seminário Maior, em Fortaleza, no bairro da Prainha, estudou com êxito Filosofia e Teologia – 1958 a 1959 e 1960 a 1963, respectivamente.
Dom João José da Mota e Albuquerque, o segundo bispo dessa diocese, apreciado por sua dinâmica renovadora, na Catequese, na Obra das Vocações Sacerdotais, no Movimento do Mundo Melhor, participou, como nosso Pastor, de três dos momentos do Concílio Vaticano II, promovido em Roma, Cidade Eterna, por João XXIII, recentemente beatificado. Era orador e jornalista primoroso (em nosso Correio da Semana), e muitos o chamavam “o Bispo do Amor”.
Dom Mota, na festa da Epifania, em 06 de janeiro de 1963, conferiu a ordenação sacerdotal ao esperançoso Gonçalo em Poranga, sua terra natal.
O novo presbítero teve a paróquia de Acaraú como primeiro campo de ação, sendo vigário cooperador do Mons. Sabino de Lima Feijão. A seguir, dirigiu por algum tempo a paróquia de Aracatiaçu. Assumiu depois o posto de vigário cooperador da paróquia da Sé – Catedral, dando apoio ao Mons. Domingos Araújo. Com a morte deste, recebeu o encargo de administrar a paróquia, passando em definitivo à função de pároco.
Cônego Gonçalo de Pinho Gomes falando a nossa reportagem disse: “foi pra mim uma grande surpresa da minha nomeação feita por nosso bispo dom Odelir José Magri. Confiando-me este importante cargo de ser daqui pra frente Vigário Geral da Diocese de Sobral. Olhando bem, para dentro do meu coração e por um momento tentei resistir, ao mesmo tempo, o coração me fez diante do apelo de Dom Odelir e dos meus colegas padres, aceitar mais esta missão em minha vida que abraço sem vaidade. Embora, seja o padre mais velho em atividade, penso que posso desempenhar mais esta tarefa e, sobretudo, dá este tipo de ajuda ao nosso novo bispo no governo da diocese de Sobral. Espero que com a graça de Deus e confiança dos meus colegas, a gente possa desempenhar este importante trabalho.
É Cônego do Cabido de Roma, Vigário da Região Episcopal Sede e atualmente, é presidente da “Comissão Para a Vida e a Família,” reeleito na 27ª Assembleia Diocesana de Pastoral. Na educação, foi professor da Universidade (UVA), do Instituto de Teologia e Pastoral (ISTEP), do Colégio Estadual Dom José Tupinambá da Frota.
 35 anos de testemunho e dedicação incondicional de sua vida aos paroquianos da Catedral! Nós o amamos! 

sábado, 21 de janeiro de 2012

PADRE JOÃO BATISTA RODRIGUES VASCONCELOS É O NOVO PÁROCO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - SÉ, EM SOBRAL E






Após 35 anos de fecundo trabalho missionário e pastoral, o Padre Gonçalo de Pinho Gomes, entregou o pastoreio daqueles que constituem a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Sobral, Paróquia da Sé, ao Padre João Batista Rodrigues Vasconcelos.
                    Padre João Batista Rodrigues Vasconcelos, nascido em Sobral, no Bairro Coração de Jesus, em 20 de maio de 1964, passou toda a infância, adolescência e parte de sua juventude no Bairro Alto da Brasília. Filho de Antônio Ferreira Vasconcelos e de Raimunda Rodrigues Vasconcelos, iniciou seus estudos na Escola Antônio Mendes Carneiro, passando depois pela Escola Professor Arruda e pelos Colégio Estadual e Sant’Ana, todos em Sobral. Ingressou no Seminário São José, em Sobral, indo estudar, em seguida no Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde cursou Filosofia e Teologia. Realizou seu estágio pastoral, na Paróquia da Sé.
                 Recebeu a ordem do Diaconato, pela imposição das mãos de Dom Walfrido Teixeira Vieira, em 24 de junho de 1990. Após 25 anos sem que Sobral ordenasse um filho natural, recebeu a  Sagrada Ordem do Presbiterato, também pela imposição das mãos de Dom Walfrido Teixeira Vieira, em 30 de dezembro de 1990, tendo celebrado sua primeira Missa, no Centro Social Rosa Gattorno, no Alto da Brasília,  na noite do mesmo dia.  
                 Após ordenado, Padre João Batista Rodrigues Vasconcelos, trabalhou por pouco mais de um ano, como Vigário Paroquial, ao lado do Padre Gonçalo de Pinho Gomes, na Paróquia da Sé. Com a criação da Paróquia de São Francisco, em Forquilha, foi nomeado seu primeiro pároco, permanecendo naquela comunidade por pouco mais de três anos, sendo transferido, em seguida, para a Paróquia de Santo Antônio, em Cariré, onde permaneceu até novembro de 2000, quando foi nomeado por Dom Aldo di Cillo Paggoto, pároco de Nossa Senhora da Conceição, em Bela Cruz, onde conduziu pastoralmente o povo de Deus, por onze anos.
                  Mestre em Gestão Educacional, pela UVA / UECE/ Universidade Internacional de Lisboa, Padre João Batista Rodrigues Vasconcelos, é dotado de forte espírito missionário e pastoral, vindo prestando relevantes serviços à Diocese de Sobral, ao longo de seu ministério sacerdotal: já foi coordenador diocesano de catequese, coordenador da Cáritas Diocesana, e, por mais de uma vez, inclusive atualmente, é coordenador diocesano de pastoral.
                  Agora, atendendo aos apelos do Senhor e por nomeação de nosso Bispo Diocesano, Dom Odelir José Magri, MCCJ, assume o pastoreio da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Sé.
               Muito agradecemos ao querido Padre Gonçalo de Pinho Gomes, pela doação de sua vida, pelo povo desta Paróquia, que o ama.
              O Instituto de Leigos Missionários da Santa Cruz e do Amor Misericordioso do Coração Eucarístico de Jesus - ILMAM, acolhe com muita alegria seu novo pastor e eleva ao céu, pela mãos amorosas da Virgem Imaculada, um pedido incessante de que o Pai derrame sobre seu ungido, o dom do Espírito Santo em plenitude, para que pastoreie esse povo sedento de Deus, segundo o Coração amoroso do Pai. Neste dia, consagramos sua vida e suas ações ao Coração Imaculado de Maria, Rainha e Mãe dos Sacerdotes. SEJA BEM VINDO, PADRE JOÃOZINHO, conte conosco nesta MISSÃO! Muito obrigado PADRE GONÇALO, pelo seu testemunho de vida, e pela sua ENTREGA INCONDICIONAL!
              Louvado que tudo pode e tudo faz!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Refletindo sobre o Big Brother Brasil, com Luís Fernando Veríssimo

Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB"

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. 
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE... 
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. 
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!). 
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? 
São esses nossos exemplos de heróis? 
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados...
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia. 
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. 
Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns). 
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. 
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

A missão dos cristãos leigos



Por: Dom João Bosco Óliver de Faria
Administrador Diocesano de Patos de Minas e Arcebispo Eleito de Diamantina
 Os Leigos são cristãos que têm uma missão especial na Igreja e na sociedade. Pelo batismo, receberam essa vocação que devem vivê-la intensamente a serviço do Reino de Deus.

Na Igreja existem as diversas vocações: a sacerdotal, a diaconal, a religiosa e a leiga. Todas são muito importantes e necessárias, pois brotam do Batismo, fonte de todas as vocações.

Antigamente, a missão do leigo era relegada a segundo plano, valorizando-se só o sacerdócio e a vida religiosa. Mas depois do Concílio Vaticano 2, a vocação e missão dos leigos foram revalorizadas, conferindo-lhes a mesma dignidade dos sacerdotes e religiosos.

Dentro da comunidade eclesial, os leigos são chamados a desempenhar diversas tarefas: catequista, Ministro da Eucaristia, agente das diferentes pastorais, serviço aos pobres e aos doentes. São chamados também a colaborar no governo paroquial e diocesano, participando de conselhos pastorais e econômicos.

Não como simples colaboradores do bispo e dos padres, mas como membros ativos da comunidade, assumindo ministérios e serviços para o engrandecimento da Igreja de Cristo.

Apesar desses serviços que desempenham na comunidade eclesial, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua missão dentro das realidades nas quais se encontra no dia-a-dia.

Na família, no trabalho, na escola, no mundo da política e da cultura, nos movimentos populares e sindicais, nos meios de comunicação, é chamado a testemunhar, pela palavra e pela vida, a mensagem de Jesus Cristo. Nessas realidades, é chamado a desempenhar sua missão, necessária e insubstituível.

Por isso o papel do leigo não é ficar o dia todo na igreja, mas ser fermento nesses campos de vida e de atuação, ser "sal da terra e luz do mundo". Nesses ambientes deve se empenhar para a construção efetiva do Reino de Deus, "um reino eterno e universal, reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz", como rezamos no prefácio da missa da festa de Cristo Rei.

O reino de Cristo cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em prol dos irmãos, onde há o respeito pêlos outros, onde se luta pela justiça e pela libertação. E tudo isso acontece de modo especial através da atuação dos cristãos leigos.

Quando os leigos assumem de fato sua missão específica, podemos sonhar com uma nova ordem social. O Concílio Vaticano 2 e os ensinamentos do papa insistem muito na necessidade de os leigos participarem ativamente na construção de uma nova sociedade, aperfeiçoando os bens criados e sanando os males. Felizmente, muitos têm entendido essa missão e se empenhado para bem cumpri-la.

Vemos com muita esperança o crescimento hoje da tomada de consciência por parte de muitos leigos que compreendem essa índole específica de sua missão. Acreditam nela e procuram exercê-la de modo digno e eficiente para que se faça cada vez mais concreta a promessa de Jesus: "O Reino de Deus está presente no meio de vós."

Na festa de Cristo Rei é importante refletir sobre a corresponsabilidade na construção do Reino. Os leigos devem assumir seu papel, confiantes nas bênçãos divinas.

Devem participar da vida comunitária, buscando nas celebrações, sobretudo na Eucaristia, as forças de que necessitam para bem desempenhar sua missão na comunidade e no mundo.

Através dos leigos, a Igreja se faz presente nos diversos ambientes sociais, impregnando-os da mensagem de Jesus Cristo, semeando os valores evangélicos da solidariedade e da justiça, empenhando-se decisivamente na construção da sociedade justa, fraterna e solidária, sinal do Reino de Deus.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

NORDESTÃO DE LITURGIA ACONTECE NA DIOCESE DO CRATO


cratoliturgiaAcontece no Centro de Expansão Educacional Dom Vicente Matos, na diocese de Crato (CE), o Curso de Formação Litúrgica para o Nordeste do Brasil, comumente conhecido como “Nordestão de Liturgia”.
São cerca de 153 participantes, provenientes de seis estados do nordeste, refletindo sobre a liturgia e objetivando construir, como discípulos missionários de Jesus, um saber teológico-litúrgico, a partir de suas práticas celebrativas.
O curso acontece em três etapas, uma a cada ano, com duração de aproximadamente duas semanas, e reúne leigos, religioso, seminaristas e padres. Este ano 67 pessoas fizeram a inscrição na 1ª etapa, 48 na segunda etapa e 38 na terceira; a previsão é de que os estudos se estendam até o dia 21 de janeiro.
Este Nordestão é assessorado por dom Fernando Panico, bispo de Crato (CE), padre Hernaldo Pinto Farias, assessor da Comissão para a Liturgia da CNBB, padre Marcelino Sivinski; frei Faustino Paludo; padre Joaquim Ivo, Marly Gondim, padre Josenildo Nunes, padre Ricardo Sales, padre Wesley, padre Eliomar Ribeiro, padre Alberto Reani, padre Jonilson e irmã Annete.
A metodologia destes dias de formação privilegia a mistagogia a partir do rito celebrado, marcado pela participação na construção do conhecimento em mutirão, onde todos partilham suas experiências e descobertas, na celebração do Mistério Pascal acontecendo na história.
A coordenação do curso também esteve reunida para tratar da liturgia do 13º Intereclesial das CEBs, que acontece em 2014, em Crato.

domingo, 15 de janeiro de 2012

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012





Apresentação: O cartaz da CF 2012



O cartaz atualiza o encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita de cuidado (Lc 10,29-37). A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A Igreja como mãe, em sua samaritanidade, aproxima-se e cuida dos doentes, dos fracos, dos feridos, de todos que se encontram à margem do caminho.

O profissional de pé, o enfermo sentado, olhos nos olhos, lembram o compromisso e a dedicação do profissional da saúde, no processo de cura do paciente, e a confiança do doente naquele que o acolhe e cuida. A acolhida e o cuidado aliviam a dor, estabelecem uma relação de confiança decisiva para a cura e superação das barreiras sociais.

A cruz, que sustenta e ilumina o sentido do cartaz, recorda a salvação que Jesus Cristo nos conquistou. Ela ilumina a vida humana, a morte, as dores, o sofrimento das pessoas sem assistência de saúde. No entanto, é ela também que ilumina o encontro entre o profissional da saúde e o doente, pois aponta para a esperança da transformação completa: um novo céu e uma nova terra.

A alegria do encontro retratado no cartaz recorda aos profissionais da saúde que foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos. Mobiliza os gestores do sistema de saúde a se empenharem para possibilitar atendimento digno e saúde para todos. Que a saúde se difunda sobre a terra.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Meditação das 7 Dores de Nossa Senhora



Nossa Senhora das Lágrimas
+ Francisco, Bispo de Campinas
Campinas, 8 de março de 1934
Maria:
Meditai muitas vezes nas minhas sete dores para consolar meu Coração e crescereis muito na virtude.
Ó almas que sofreis, vinde para perto de meu Coração e aprendei comigo. É junto de meu Coração transpassado de dor que achareis consolação! Mães aflitas, esposas amarguradas, jovens desorientados, meditando nos meus sofrimentos tereis força para atravessardes todas as dificuldades.
Que minhas dores vos comovam o coração, impulsionando-vos para a prática do bem.
1ª. Dor - Apresentação de meu Filho no templo
Nesta primeira dor veremos como meu coração foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que meu Filho seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendereis nesta dor é a da santa obediência. Sede obedientes aos vossos superiores, porque são eles instrumentos de Deus.
Quando soube que uma espada Me atravessaria a alma, desde aquele instante experimentei sempre uma grande dor. Olhei para o Céu e disse: 'Em vós confio'. Quem confia em Deus jamais será confundido. Nas vossas penas, nas vossas angústias, confiai em Deus e jamais vos arrependereis dessa confiança.
Quando a obediência vos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entregai vossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor. Obedeçam não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por vosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.
2ª. Dor - A fuga para o Egito
Amados filhos, quando fugimos para o Egito, foi grande dor saber que desejavam matar meu querido filho, aquele que trazia a salvação! Não me afligi pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver meu filho inocente, perseguido por ser o Redentor.
Almas queridas, quanto sofri neste exílio! Porém tudo suportei com amor e santa alegria por Deus me fazer cooperadora da salvação das almas. Se fui obrigada a este exílio, foi para guardar meu filho, sofrendo provações por aquele que um dia ia ser a chave da mansão da paz. Um dia estas penas serão convertidas em sorrisos e em força para as almas, porque Ele abrirá as portas do Céu!
Amados meus, nas maiores provações pode haver alegria quando se sofre para agradar a Deus e por seu amor. Em terras estranhas, Eu Me rejubilava por poder sofrer com Jesus, meu adorável filho!
Na santa amizade de Jesus e sofrendo tudo por seu amor, não se chama sofrer senão santificar-se! No meio da dor sofrem os infelizes, que vivem longe de Deus, os que estão na sua inimizade. Pobres infelizes, entregam-se ao desespero, porque não têm o conforto da amizade divina, que dá à alma tanta paz e tanta confiança.
Almas que aceitais vossos sofrimentos por amor a Deus, exultai de alegria porque grande é vosso merecimento, se assemelhando a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas almas!
Alegrai-vos todos os que, como Eu, sois chamados para longe da vossa pátria defender o vosso Jesus. Grande será a vossa recompensa, pelo vosso SIM à vontade de Deus.
Almas queridas, avante! Aprendei Comigo, a não medir sacrifícios, quando se trata da glória e dos interesses de Jesus, que também não mediu sacrifícios para vos abrir as portas da mansão da Paz.
3ª. Dor - Perda do Menino Jesus
Amados filhos, procurai compreender esta minha imensa dor, quando perdi meu adorável Filho por três dias.
Sabia que meu Filho era o Messias prometido, que contas daria então a Deus do tesouro que me tinha sido entregue? Tanta dor e tanta agonia, e sem esperança de encontrá-lo!
Quando O achei no templo, no meio dos doutores, e lhe disse que me havia deixado três dias em aflição, eis o que Me respondeu: 'Eu vim ao mundo para cuidar dos interesses de meu Pai, que está no Céu'.
A esta resposta do meigo Jesus, emudeci e compreendi que sendo o Redentor do gênero humano assim devia proceder, fazendo sua Mãe, desde aquele instante, tomar parte na sua missão redentora, sofrendo pela Redenção do gênero humano!
Almas que sofreis, aprendei nesta minha dor a submeter-vos à vontade de Deus, que muitas vezes vos fere para proveito de um de vossos entes queridos.
Jesus me deixou por três dias em tanta angústia para proveito vosso. Aprendei Comigo a sofrer e a preferir a vontade de Deus à vossa. Mães que chorais, ao verdes os vossos filhos generosos ouvirem o chamamento divino, aprendei Comigo a sacrificar o vosso amor natural. Se vossos filhos forem chamados para trabalhar na vinha do Senhor, não abafeis tão nobre aspiração, como é a vocação religiosa. Mães e pais dedicados, ainda que vosso coração sangre de dor, deixai-os partir, deixai-os corresponder aos desígnios de Deus, que usa com eles de tanta predileção. Pais que sofreis, ofertai a Deus a dor da separação, para que vossos filhos, que foram chamados, possam ser na realidade bons filhos Daquele que os chamou. Lembrai-vos que vossos filhos a Deus pertencem e não a vós. Deveis criá-los para servir e amar a Deus neste mundo, e um dia no Céu O louvarem por toda a eternidade.
Pobres aqueles que querem prender seus filhos, abafando-lhes a vocação! Os pais que assim procedem podem levar seus filhos à perdição eterna e ainda terão que dar contas a Deus no último dia. Porém, protegendo suas vocações, encaminhando-os para tão nobre fim, que bela recompensa receberão estes pais afortunados! Ainda que aqui chorem de saudades e a separação lhes custe muitas lágrimas, eles serão abençoados! E vós, filhos prediletos que sois chamados por Deus, procedei como Jesus procedeu comigo: primeiramente obedecei à vontade de Deus, que vos chamou para habitar na sua casa, quando diz: 'Quem ama seu pai e sua mãe mais do que a mim não é digno de Mim'. Vigiai se, por causa de um amor natural, deixais de corresponder ao chamado divino!
Almas eleitas que fostes chamadas e sacrificastes as afeições mais caras e a vossa própria vontade para servir a Deus! Grande é vossa recompensa. Avante! sede generosas em tudo e louvai a Deus por terdes sido escolhidas para tão nobre fim.
Vós que chorais, pais, irmãos, regozijai-vos porque vossas lágrimas um dia converter-se-ão em pérolas, como as minhas se converteram em favor da humanidade.

4ª. Dor - Doloroso encontro no caminho do Calvário
Amados filhos, contemplai e vede se há dor semelhante a esta minha, quando me encontrei com meu divino Filho no caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso.
'É preciso que o Filho de Deus seja esmagado para abrir as portas da mansão da paz!' Lembrei-Me de suas palavras e aceitei a vontade do Altíssimo, que sempre foi a minha força em horas tão cruéis como esta.
Ao encontrá-lo, seus olhos me fitaram e me fizeram compreender a dor de sua alma. Não pôde Me dizer palavra, porém me fizeram compreender que era necessário que unisse a minha à Sua grande dor. Amados meus, a união de nossa grande dor neste encontro tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas!
Almas que temeis o sacrifício, aprendei aqui neste encontro a submeter-vos à vontade de Deus, como Eu e meu Filho nos submetemos! Aprendei a calar-vos nos vossos sofrimentos.
No nosso silêncio, nesta dor imensa armazenamos para vós riquezas imensuráveis! As vossas almas hão de sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrerdes a Mim, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo. O valor do nosso silêncio se converte em força para as almas aflitas, quando nas horas difíceis souberem recorrer à meditação desta dor!
Amados filhos, como é precioso o silêncio nas horas de sofrimentos! Há almas que não sabem sofrer uma dor física, uma tortura de alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Meu Filho e Eu tudo suportamos em silêncio por amor a Deus!
Almas queridas, a dor humilha e é na santa humildade que Deus edifica! Sem a humildade, trabalhareis em vão; vede pois como a dor é necessária para a vossa santificação.
Aprendei a sofrer em silêncio, como Eu e Jesus sofremos neste doloroso encontro no caminho do Calvário.
5ª. Dor - Aos pés da Cruz
Amados filhos, na meditação desta minha dor encontrareis consolo e força para vossas almas contra mil tentações e dificuldades e aprendereis a ser fortes em todos os combates de vossa vida.
Vede-me aos pés da Cruz, assistindo à morte de Jesus, com a alma e meu coração transpassados com as mais cruéis dores!
Não vos escandalizeis com o que fizeram os judeus! Eles diziam: 'Se Ele é Deus, por que não desce da cruz e se livra a si próprio?!' Pobres judeus, ignorantes uns, de má fé outros, não quiseram crer que Ele era o Messias. Não podiam compreender que um Deus se humilhasse tanto e que a sua divina doutrina pregava a humildade. Jesus precisava dar o exemplo, para que seus filhos tivessem a força de praticar uma virtude, que tanto custa aos filhos deste mundo, que têm nas veias a herança do orgulho. Infelizes os que, à imitação dos que crucificaram a Jesus, ainda hoje não sabem se humilhar!
Depois de três horas de tormentosa agonia, meu adorável Filho morre, deixando-me a alma na mais negra escuridão! Sem duvidar um só instante, aceitei a vontade de Deus, e no meu doloroso silêncio, entreguei ao Pai minha imensa dor, pedindo, como Jesus, perdão para os criminosos.
Entretanto, quem me confortou nesta hora angustiosa? Fazer a vontade de Deus foi o meu conforto; saber que o Céu foi aberto para todos os filhos foi meu consolo! Porque Eu também no Calvário fui provada com o abandono de toda consolação!
Amados filhos, sofrer em união com os sofrimentos de Jesus encontra consolo; sofrer por ter feito o bem neste mundo, recebendo desprezos e humilhações encontra força.
Que glória para vossas almas, se um dia por amar a Deus com todo o vosso coração, fordes também perseguidos!
Aprendei a meditar muitas vezes nesta minha dor, que ela vos dará força para serdes humildes: virtude amada de Deus e dos homens de boa vontade.
6ª. Dor - Uma lança atravessa o Coração de Jesus
Amados filhos, com a alma imersa na mais profunda dor, vi Longuinho transpassar o coração de meu Filho, sem poder dizer palavra! Derramei muitas lágrimas... Só Deus pode compreender o martírio desta hora, na alma e no coração!
Depois depositaram Jesus nos meus braços, não cândido e belo como em Belém... Morto e chagado, parecendo mais um leproso do que aquele adorável e encantador menino, que tantas vezes apertei ao meu coração!
Amados filhos, se Eu tanto sofri, não serei capaz de compreender vossos sofrimentos? Por que, então, não recorreis a Mim com mais confiança, esquecidos que tenho tanto valor diante do Altíssimo?
Porque muito sofri aos pés da cruz, muito me foi dado! Se não tivesse sofrido tanto, não teria recebido os tesouros do Paraíso em minhas mãos.
A dor de ver transpassar o Coração de Jesus com a lança, conferiu-me o poder de introduzir, neste amável Coração, a todos aqueles que a Mim recorrerem. Vinde a Mim, porque Eu posso vos colocar dentro do Coração Santíssimo de Jesus Crucificado, morada de amor e de eterna felicidade!
O sofrimento é sempre um bem para a alma. Ó almas que sofreis, regozijai-vos Comigo que fui a segunda mártir do Calvário! A minha alma e meu coração participaram dos suplícios do Salvador, conforme a vontade do Altíssimo, para reparar o pecado da primeira mulher! Jesus foi o novo Adão e Eu a nova Eva, livrando assim a humanidade do cativeiro no qual se achava presa.
Para corresponderdes porém a tanto amor, sede muito confiantes em Mim, não vos afligindo nas contrariedades da vida; ao contrário, confiai-Me todos os vossos receios e dores, porque Eu sei dar em abundância os tesouros do Coração de Jesus!
Não vos esqueçais, Filhos meus, de meditar nesta minha imensa dor, quando estiver pesada a vossa Cruz. Achareis força para sofrer por amor a Jesus que sofreu na Cruz a mais infame das mortes.
7ª. Dor - Jesus é sepultado
Amados filhos, quanta dor, quando tive que ver sepultado meu Filho. A quanta humilhação meu Filho se sujeitou, deixando-se sepultar sendo Ele o mesmo Deus! Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura, para depois, glorioso, ressuscitar dentre os mortos!
Bem sabia Jesus o quanto Eu ia sofrer vendo-o sepultado; não me poupando quis que Eu também fosse participante na sua infinita humilhação!
Almas que temeis ser humilhadas, vede como Deus amou a humilhação! Tanto que deixou-se sepultar nos santos Sacrários, a esconder sua majestade e esplendor, até o fim do mundo! Na verdade, o que se vê no Sacrário? Apenas uma Hóstia Branca e nada mais! Ele esconde sua magnificência debaixo da massa branca das espécies de pão! Em verdade vos digo, não O admirais tanto quanto Ele merece, por Jesus assim Se humilhar até o fim dos séculos!
A humildade não rebaixa o homem, pois Deus Se humilhou até à sepultura e não deixou de ser Deus.
Amados filhos, se quereis corresponder ao amor de Jesus, mostrai-lhe que O amais, aceitando as humilhações. A aceitação da humilhação vos purifica de toda e qualquer imperfeição e, desprendendo-vos deste mundo, vos faz desejar o Paraíso.
Queridos filhos, apresentei-vos estas minhas sete Dores, não para queixar-me, mas somente para mostrar-vos as virtudes que deveis praticar, para um dia estar ao meu lado e ao lado de Jesus! Recebereis a glória imortal, que é a recompensa das almas que, neste mundo, souberam morrer para si, vivendo só para Deus!
Vossa Mãe vos abençoa e vos convida a meditar muitas vezes nestas palavras ditadas porque muito vos amo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
Foi o Papa Pio X que fixou a data definitiva de 15 de Setembro, conservada no novo calendário litúrgico, que mudou o título da festa, reduzida a simples memória: não mais Sete Dores de Maria, mas menos especificadamente e mais oportunamente: Virgem Maria Dolorosa. Com este título nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do corpo místico nascido da Cruz, isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria. Eis porque hoje se oferece à nossa devota e afetuosa meditação a dor de Maria. Mãe de Deus e nossa.
A devoção, que precede a celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores da Co-redentora, correspondentes a outros tantos episódios narrados pelo Evangelho: a profecia do velho Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus aos doze anos durante a peregrinação à Cidade Santa, o caminho de Jesus para o Gólgata, a crucificação, a Deposição da cruz, a sepultura, portanto, somos convidados hoje a meditar estes episódios mais importantes que os evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Vamos nós, cristãos, pedir auxílio à Rainha dos Mártires, para que nos mantenha afastados do pecado, e nos dê força, auxílio e paciência para levarmos a nossa Cruz.
As Promessas aos devotos de Nossa Senhora das Dores

Santa Brígida diz-nos, nas suas revelações aprovadas pela Igreja Católica, que Nossa Senhora lhe prometeu conceder sete graças a quem rezar cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas principais "Sete dores" e Lágrimas, meditando sobre as mesmas.

Eis as promessas:

1ª - Porei a paz em suas famílias.
2ª - Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios.
3ª - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei nos seus trabalhos.
4ª - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à vontade de meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas.
5ª - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6ª - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7ª - Obtive de Meu Filho que, os que propagarem esta devoção (às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhe-ão apagados todos os seus pecados e o Meu filho e Eu seremos a sua eterna consolação e alegria. 


 
Santo Afonso Ligório nos diz que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu, aos devotos de Nossa Senhora das Dores as seguintes graças:
 
Eis as Graças:

1ª – Que aquele devoto que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores merecerá fazer antes de sua morte, verdadeira penitência de todos os seus pecados.
2ª - Nosso Senhor Jesus Cristo imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão dando-lhes depois um competente prêmio no Céu.
3ª - Jesus Cristo guardá-los-á em todas as tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte.
4ª - Por fim os deixará nas mãos de sua Mãe para que deles disponha a seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

LECTIO DIVINA


Conheça a melhor maneira de fazer a sua leitura bíblica diariamente!

A leitura orante da Bíblia, ou LECTIO DIVINA, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir frutos espirituais em nossa vida. Santa Terezinha do Menino Jesus dizia, em seu período de aridez espiritual, que quando os livros espirituais não lhe diziam mais nada, ela buscava no Evangelho o alimento da sua alma.
OS PASSOS DA LECTIO DIVINA:
Oração Inicial:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra. Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
Leitura da Palavra de Deus:
Leia, com calma e atenção, o Evangelho do dia. Se for preciso, leia quantas vezes forem necessárias. Então procure identificar as coisas importantes deste trecho da Bíblia: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. Você conhece algum outro trecho que seja parecido com este que você leu? É importante que você identifique tudo isto com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. É um momento para conhecer e reconhecer a Boa Notícia que este trecho traz!
Meditar a Palavra de Deus:
É o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. Você, diante de Deus, deve confrontar este trecho com a sua vida. Feche os olhos, é preciso concentrar-se.
Rezar a Palavra de Deus:
Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve, se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e da esperança.
Contemplar a Palavra:
Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença, misteriosa sim, mas sempre presença. É um momento onde se permanece em silêncio diante de Deus. Se Ele o conduzir à contemplação, louvado seja Deus! Se Ele lhe der apenas tranquilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você for um momento de esforço de querer estar na presença de Deus, louvado seja Deus!
Conservar a Palavra de Deus na sua vida:
Leve a Palavra de Deus e o fruto desta oração para a sua vida. Não se preocupe se alguma coisa não for bem, um dos frutos da Palavra de Deus é a noção do erro e a conversão pela sua misericórdia. O importante é que a semente da Palavra de Deus produza frutos e que o povo de Deus possa ser alimentado pelos testemunhos de fé, esperança e amor.
Termine com a oração do Pai Nosso e três Ave-Marias, consciente de querer viver a mensagem do Reino de Deus e fazer a Sua vontade.